segunda-feira, 15 de maio de 2017

(Francisco de Assis) O Pobre de Deus - Nikos Kazantzakis - 1956

Francisco era um rapaz de vida fácil, gostava de boas trovas e cantorias. Era um amante da poesia, alguns dizem que seu nome vem daí, seu amor pela poesia francesa que daria origem ao seu nome. Interessante que por seu exemplo, Francisco se tornaria sinônimo de Obediência, Pobreza, Amor.
Tinha uma grande paixão, Clara, a quem se fazia de regada conforme o costume da época mas que também tinha um afeto especial por Francisco.
Francisco era pomposo e tinha o desejo que normalmente acompanha as extravagâncias, a vaidade. Queria ser cavaleiro famoso e heroico. Seus planos não deram muito certo (ou deram) e ele foi preso pelos inimigos e ficou assim por um ano. Quando foi libertado estava doente. Durante o período de longas febres teve sonhos com armas e palácios, que o levaram novamente ao campo de batalha com a certeza do jubilo e glórias. Mas acometido de vozes voltou a Assis.
Em Assis Francisco encontra com o seu fiel companheiro Ir. Leão, que o segue daí por diante.
Não vou me alongar no livro pois acho que todos devem ler. É uma leitura agradável e que mostra o quanto Kazantzakis pesquisou e tem conhecimentos místicos para conseguir fazer uma obra digna de Francisco de Assis.
Alguns trechos em tocaram e quero mantê-los registrados:
Pág 28. Francisco -Vi o rastro dos passos Dele 2 ou 3 vezes na vida.
Pág 35. Francisco para D. Picà: Senti que deste a luz pela segunda vez.
Pág 36. D. Picà relembra Pedro de Lyon c/ as pálpebras batendo feito asas.
Pág 95. Francisco – O verdadeiro homem é o que ultrapassa os limites do ser humano.
Pág 97. Francisco passe três dias na caverna, rezando.
?. Francisco encontra com o Leproso, seu maior asco e medo. Quando o vê, o beija e dá sua túnica, depois o leproso desaparece e a certeza no coração de Francisco e Ir. Leão é que o leproso era Cristo.
Pág 102. Francisco – Compreende? Ir. Leão, se não salvarmos o próximo não poderemos nos salvar.
Pág 103. Francisco – Existe apensa uma maneira. Amar.
Pág 109. Aqui embaixo tudo obedece a mesma lei divina. Francisco percebe que ofendeu e pede desculpas, mesmo sabendo que estava certo no contexto.
Pág 111. O coração na fala, não interroga e quase não aprofunda nada. Aproxima-se de Deus e se entrega a Ele sem uma palavra.
Pág 112. Senhor, se Te amo unicamente porque desejo entrar no paraíso, me manda o anjo com o gládio p/ que me feche a porta. Se Te amo porque o inferno me apavora, precipita-me nele. Mas se Te amo por Ti, e exclusivamente por Ti, abre os braços e me recebe.
Pág 113. Eu o lia (evangelho) todos os dias mas eram simples palavras, não ardiam.
Pág 117. A virtude se mantém sozinha no alto de um penhasco deserto. Ela pensa em todos os prazeres proibidos que nunca provou, e chora.
Pág 121. O homem perfeito é aquele que possui o coração e o espírito em harmonia.
Pág 137. Meu Deus, dá-me a força de renunciar um dia à esperança de Te ver! Quem sabe resida nisso e me mais nada a perfeita pobreza. – O que pedes ultrapassa a capacidade humana. Falou Ir. Leão.
Pág 142. Se a comida é parca o amor é muito!
Pág 150. Sobre sua cabeça, pintados no alto do espaldar, brilhavam duas chaves enormes, uma de ouro outra de prata.
Pág 153. O corpo do homem é o arco, Deus, o arqueiro, e a alma, a flecha.
Pág 159. Um dia, todos se encontrarão no cume onde Deus está sentado de braços abertos.
Pág 160. Cristo tinha razão ao afirmar que o Reino dos Céus está em nós. A fome não existe, nem a sede, nem a dor, só o coração humano, e é ele que, a partir do nada, gera a fome, a água e a alegria. Ele é que é o paraíso.
Pág 163. Não tenho grãos para lhes dar, mas vou alimentá-los com a palavra de Deus, a fim de permitir que também possam entrar no paraíso. (Francisco falando as aves)
Pág 173. Era uma vez um eremita que durante a vida inteira se esforçara por atingir a perfeição. Depois de repartir todos os seus bens entre os pobres, retirou-se para o deserto e consagrou-se à oração.
                Chegou a hora da morte. Foi para o céu e bateu à porta do paraíso. “Quem é?”, perguntou uma voz lá dentro. “Eu!”, respondeu o ermitão. “Aqui não há lugar para dois”, replicou a voz, “Vai embora!”. O eremita então desceu novamente à terra e reiniciou a luta: pobreza, jejum, preces, lágrimas... Quando morreu pela segunda vez, ei-lo de volt à porta do paraíso. “Quem é?”, indagou a mesma voz. “Eu!”, “Aqui não há lugar para dois, dá o fora!”, repetiu a voz. Desesperado, o eremita regressou à terra outra vez, recomeçando a luta com mais fervor do que nunca, para obter, enfim, a salvação de sua alma. Aos cem anos morreu pela terceira vez. Apresentou-se ao paraíso. “Quem é?”, perguntou a voz. “Tu, Senhor, Tu”, respondeu. Então a porta se abriu instantaneamente e ele entrou.
Pág 175. Francisco acalma o mar.
Pág 184. A terra inteira é um convento, podes viver castamente sem abandonar o mundo.
Pág 187. E por que essa mania imprudente de estar sempre fazendo perguntas? Pretenderás, por acaso, que Deus te dê explicações? Cala a boca, insolente!
Pág 198. Irmã Clara, sê bem-vinda entre nós! (Francisco recebe clara como Irmão, levando a ordem as mulheres a pesar dela ir para o convento.)
Pág 212. Francisco sofre e diz que Jesus era Deus enquanto ele é barro.
Pág 214. Leão: Como conseguiremos ir a San Damiano? Teus joelhos oscilam.
Francisco: Não repares nos meus joelhos. Olha antes minha alma, que não vacila. Para frente! A alma humana é um centelha divina. É onipotente.
Pág 217. Era uma vez um verme que passara a vida a rastejar pela terra. Já velhinho, chegou à porta do paraíso. Bateu. “Os vermes não entram facilmente aqui!”, falou uma voz do interior. “Acho que estás muito apressado!” “Que fazer, Senhor? Ordena”, respondeu o verme, enroscando-se como uma bola, de tanto medo que sentia. “Sofre mais, luta, transforma-te em libélula!” E o verme voltou à terra para lutar e sofrer.
Pág 217. Ouçam o que digo: Somos todos um único ser, posso jurá-lo. Quando uma mulher pinta os lábios nos confins do mundo, irmãs, seus próprios lábios se cobrem de uma pintura impudente. Que é o paraíso, senão a perfeita felicidade? Mas como pode alguém atingi-la, quando, debruçando-se à janela do paraíso vê irmãos e irmãs a sofrerem no inferno? Como pode existir o paraíso enquanto existir o inferno? É por isso que eu digo, gravem bem no espírito, minhas irmãs: a salvação para todos ou a condenação para todos. Quando um ser humano perece nos confins da terra, todas as criaturas perecem com ele. Se ele se salva, todos se salvam da mesma maneira.
Pág 218. Pressinto a proximidade de vocês, minhas irmãs, e o meu coração fica radiante; ele gostaria que todos, os bons e maus, transpusessem o seu limiar; desejaria também que a dor fosse expulsa deste mundo e do outro. Um pensamento ímpio me vem aos lábios. Permiti-me, Senhor, revela-lo às irmãs. Estão cheias de amor e compaixão, hão de compreender: neste momento, perdoa-me meu Deus! Tenho pena do próprio satanás. Não existe criatura mais desgraçada, pois, tendo estado junto de Deus, afastou-se Dele. E inconsolável porque Deus não o privou da memória e recorda sempre a doçura do paraíso. Precisamos rezar por satanás, para que o Altíssimo lhe perdoe e lhe permita retomar o seu lugar entre os arcanjos. O diabo é uma fera, disforme e sanguinária, mas um beijo nos lábios pode lhe restituir a forma e a alma de arcanjo. È nisso que consiste o perfeito Amor – e o Amor é prerrogativa da mulher – beije satanás, e o demônio reencontrará o primitivo semblante resplandecente!
Pág 226. Rico é o que não deseja riqueza! Pobre é o rico que deseja adquirir mais riqueza ainda!
Pág 228. Não há nenhuma estrada ampla que conduza a Deus; só as trilhas estreitas levam ao paraíso.
Pág 234. Se puderem preguem com palavras. Mas sobretudo, preguem com o exemplo de suas vidas e obras. O que é que supera as palavras? A ação. E acima da ação? O silêncio. Preguem primeiro por palavras, depois por atos, e entrem finalmente no silêncio sagrado que envolve o Senhor.
Pág 235. Aquele que está unido a Deus obtém três grandes privilégios: a onipotência sem força, a embriaguez sem vinho e a vida sem morte.
Pág 235. Acreditem meus irmãos o paraíso não é outra coisa senão a própria terra tornada virtuosa.
Pág 241. A vida de monge é de fato terrível, e nem todos podem suportá-la. Aliás, é preferível que seja assim, pois, se todo mundo quisesse ser monge o que aconteceria a terra?
Pág 241. Ouve o que Deus me aconselhou.
                Paralelamente a nossa ordem, talvez muito severa, deveríamos instituir outra, mais suave, mais suportável, onde poderiam ingressar os outros bons cristãos que vivem no mundo. No seio dessa ordem, os irmãos teriam o direito de se casar, de fazer prosperar os seus bens, de comer e beber com moderação, sem andar descalços nem usar hábitos. Porém seriam obrigados a viver virtuosamente, a reconciliar-se com os seus inimigos, a praticar a caridade e levantar os olhos ao céu a cada instante.
Pág 268. Ir. Leão: Francisco, sempre de braços abertos estava suspenso nos ares.
Pág 268. Sinto dores, doem-me as mãos e os pés como se estivessem sendo furados por pregos.
Pág 269. Teu pecado é grave, disse Francisco a Ir. Leão, durante três dias e três noites eu não meterei nem pão nem água em minha boca.
- Mas não foste tu que pecaste.
- Dá no mesmo, irmão Leão por acaso não somos todos um único e mesmo ser?
- Nunca mais irmão Francisco, nunca mais.
- Já não te disse que “nunca” e “sempre” são palavras que só Deus tem o direito de pronunciar.
Pág 295. Na gruta, quando se comemoravam o natal, sendo representado o nascimento de Cristo. Quando o sacerdote atingiu esta passagem: “Gloria a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”. Uma claridade azulada iluminou a manjedoura e todos puderam ver Francisco inclinar-se, depois levantar-se segurando um recém-nascido nos braços.
                Depois Francisco levantou-O bem alto em frente as tochas e exclamou. – Meus irmãos eis o salvado do mundo!
Pág 298. Irmão Antônio pregava aos peixes e operava milagres. Os peixes se juntavam p/ ouvi-lo pregar. Francisco em relação a Antônio – Morro, mas outro acaba de nascer.
Pág 319.  
Pág 328. O que é o Amor, meus irmãos?
                É mais que a compaixão e bondade, porque na compaixão há duas facções: O que sofre e o que se compadece. Na bondade é o mesmo: O que dá e o que recebe. No Amor, porém, há apena uma: As duas partes se fundem numa única e nunca se separam. O eu e o tu desaparecem, porque Amar significa desaparecer.

Pág 329. Meu pobre burrinho (como Francisco chamava o corpo físico), meu irmão, meu corpo quebrado, torturei-te, perdoa-me.

sábado, 13 de maio de 2017

How to control your thoughts.

How to control your thoughts.

The first step to this is to start paying attention to your thinking. Ask yourself. What am I thinking?

Realizing what you do not want to think about. What thought do I want it to be different?

So it defines how I want to think. How do I want to think? What do I want to think?

After this exercise, you need to put yourself in meditation.

During the relaxation process usually, come the pictures that you do not want to think about. Then you will overlap that thought with what you want to think.

And for a long time, unwanted thinking tends to come back. The job is to always go suppressing these thoughts and putting what you want to think about.

You will see that now the recurring thoughts will be the ones you wanted instead of the unwanted ones. As simple as that.